Como já comentei numa publicação anterior, sofri um grande desgosto amoroso no ano passado. Abalou-me durante uns meses, mas fez-me crescer e perceber que merecia melhor.
Durante essa antiga relação, que durou muitos anos, houveram momentos bons, como é óbvio, mas os maus deveriam ter sido suficientes para me afastar mais cedo. Não o fiz, aguentei uma relação onde fui traída, mais que uma vez, por achar que não merecia melhor. Acreditava, piamente, que nunca encontraria mais ninguém que gostasse de mim pelo meu aspecto. Como era possível que alguém pudesse amar esta pele quando eu própria não a amava?
Isto pode parecer uma espécie de vitimização, mas não é o caso. A minha mente estava tão poluída com pensamentos negativos, tão tóxica ao ponto de acreditar que eu não tinha valor algum. Sempre fui uma pessoa fechada ao nível sentimental. Não consigo expressar estes sentimentos verbalmente e se calhar fui nisso que falhei. Não havia comunicação suficiente nessa antiga relação.
Odeio falhar. Fico envergonhada, mesmo quando sei que tentei e não desisti, mas foi preciso esse grande falhanço para me transformar. Se não tivesse caído, jamais me teria erguido na mulher que sou hoje. Senti o meu coração se partir em bocadinhos quando ele me disse que havia outra pessoa, mas pensando bem, foi a melhor coisa que ele me podia ter feito. Se ele não me tivesse contado, provavelmente ainda estaria nesta relação sem futuro.
Vim para Guernsey focada em melhorar a minha vida profissional e financeira. Nem queria pensar em outra coisa. Namorar estava completamente fora de questão.
Aqui conheci aquele que se tornou o meu melhor amigo. Polaco e lindo de morrer. Desde o primeiro dia que tínhamos uma química excelente, mas ele tinha as suas "namoradas" e eu recusava-me a me apaixonar. Assim foi durante meses, tinha o meu companheiro sempre a meu lado. Fomos a todo o lado juntos, foi um verão inesquecível. Quantas vezes estivemos na praia, ele viu a minha pele e nunca me julgou. Apenas perguntou o que era. Não sabia, mas aos poucos eu estava a gostar cada vez mais dele.
Há quase dois meses, ele perguntou-me se queria namorar com ele e eu aceitei, porque sei que com ele, se não tentasse, ia me arrepender.
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