domingo, 3 de abril de 2016

#2 - O dia em que me apareceu a primeira “mancha”

Olhei para a barriga curiosa. O que seria aquilo? Uma alergia? Não tinha comichão, nem fazia grande impressão. Uma pequena mancha estranha. Não liguei muito. No dia seguinte, tinha outra mesmo ao lado, mas não magoava, nem me incomodava, continuei sem dar muita importância.

Ao fim de uma semana, tinha se alastrado por toda a barriga, costas e braços. Parecia uma autentica praga. Fiz aquilo que nunca se deve fazer. Em vez de ir logo ao médico, andei a seguir conselhos de pessoas bem-intencionadas, mas que não faziam ideia daquilo o que era. Andei a esfregar aloé vera e sabe-se lá que mais, mas nada resolvia. 

Passaram-se cerca de 15 dias e fui ao Google, pesquisar. Descrevi as minhas manchas e quando fui ao médico, já tinha quase a certeza que tinha psoríase.

Nunca tinha ouvido falar em semelhante doença. O nome era estranho, toda a doença era estranha. Li que não tinha cura, mas não acreditei logo. Pensei que fosse alguma mentira da internet.


Quando, finalmente, fui ao médico, ele confirmou logo que era psoríase. Nunca me esqueço das palavras seguintes “isto vai ficar contigo até ao dia em que morreres”. Deu-me vontade de chorar. Na altura nem percebia bem o que causava a psoríase ou que implicações poderia trazer para o futuro, apenas vitimizei-me por achar que ia ficar feia para o resto da minha vida. O problema foi esse: aos 14 anos e a sofrer de bullying na escola, a única coisa que me preocupava era o meu aspeto. Como é que ia enfrentar a escola com a pele assim? 

Imagem retirada de Pinterest

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