Olhei para a barriga curiosa. O que seria aquilo? Uma alergia?
Não tinha comichão, nem fazia grande impressão. Uma pequena mancha estranha. Não
liguei muito. No dia seguinte, tinha outra mesmo ao lado, mas não magoava, nem
me incomodava, continuei sem dar muita importância.
Ao fim de uma semana, tinha se
alastrado por toda a barriga, costas e braços. Parecia uma autentica praga. Fiz
aquilo que nunca se deve fazer. Em vez de ir logo ao médico, andei a seguir
conselhos de pessoas bem-intencionadas, mas que não faziam ideia daquilo o que
era. Andei a esfregar aloé vera e sabe-se lá que mais, mas nada resolvia.
Passaram-se
cerca de 15 dias e fui ao Google, pesquisar. Descrevi as minhas manchas e
quando fui ao médico, já tinha quase a certeza que tinha psoríase.
Nunca tinha ouvido falar em
semelhante doença. O nome era estranho, toda a doença era estranha. Li que não
tinha cura, mas não acreditei logo. Pensei que fosse alguma mentira da
internet.
Quando, finalmente, fui ao
médico, ele confirmou logo que era psoríase. Nunca me esqueço das palavras
seguintes “isto vai ficar contigo até ao dia em que morreres”. Deu-me vontade
de chorar. Na altura nem percebia bem o que causava a psoríase ou que
implicações poderia trazer para o futuro, apenas vitimizei-me por achar que ia
ficar feia para o resto da minha vida. O problema foi esse: aos 14 anos e a
sofrer de bullying na escola, a única coisa que me preocupava era o meu aspeto.
Como é que ia enfrentar a escola com a pele assim?
Imagem retirada de Pinterest
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